Por Que Temos Déjà Vu? A ciência pode ter a Resposta!

Descubra a ciência por trás dessa sensação de “já vivi isso”

CIÊNCIA

Por Gabriel Ricardo

4/25/20253 min ler

Você está em um lugar novo, ouvindo uma conversa qualquer, e de repente tem a nítida impressão de já ter vivido exatamente aquele momento antes. A cena, o cheiro, as palavras — tudo parece familiar. Mas você sabe que isso nunca aconteceu. Esse fenômeno curioso tem nome: déjà vu. E embora pareça coisa de filme ou teoria mística, a ciência tem se debruçado sobre ele há bastante tempo.

O que é o déjà vu?

"Déjà vu" é uma expressão francesa que significa "já visto". É aquela sensação repentina de que algo que está acontecendo no presente já foi vivido no passado, mesmo que seja a primeira vez. Estima-se que entre 60% e 80% das pessoas já passaram por essa experiência pelo menos uma vez na vida.

Apesar de parecer místico ou sobrenatural, o déjà vu é um fenômeno da mente — um pequeno curto-circuito na forma como o cérebro processa as informações.

O cérebro nos pregando peças

A explicação mais aceita pela neurociência é que o déjà vu é uma falha de comunicação entre diferentes partes do cérebro, especialmente nas áreas envolvidas com memória e percepção.

Imagine que o cérebro recebe uma informação nova (um ambiente, uma conversa, uma sensação), mas essa informação é armazenada rapidamente em uma área relacionada à memória de longo prazo, em vez da de curto prazo. O resultado? O cérebro interpreta aquele dado como uma lembrança antiga, mesmo que ele esteja sendo vivenciado pela primeira vez.

Em outras palavras: o cérebro confunde o presente com o passado.

Pode ser sinal de algo mais sério?

Na maioria dos casos, o déjà vu é completamente inofensivo e não está relacionado a nenhum problema de saúde. Porém, em pessoas com epilepsia do lobo temporal, ele pode ser um sintoma comum que precede uma crise.

A diferença é que, nesses casos, o déjà vu tende a ser mais intenso, frequente e acompanhado de outros sintomas, como confusão mental, náuseas ou desorientação.

Memória, familiaridade e cérebro criativo

Alguns estudos também sugerem que o déjà vu pode estar ligado à forma como o cérebro reconhece padrões e preenche lacunas. Em vez de acessar uma lembrança real, ele pode apenas estar identificando uma semelhança com algo que já vivemos — como um cheiro parecido, uma disposição de móveis familiar ou até uma emoção recorrente.

Outras teorias apontam que pessoas mais criativas, sensíveis ou introspectivas tendem a ter mais episódios de déjà vu, justamente por estarem mais atentas aos detalhes e aos próprios pensamentos.

A ciência ainda não bateu o martelo

Apesar dos avanços, o déjà vu continua sendo um mistério parcial para a ciência. Como é um fenômeno difícil de prever e medir, grande parte do que sabemos vem de relatos subjetivos, entrevistas e testes com simulações.

Mesmo assim, já é possível afirmar que ele está mais ligado ao funcionamento peculiar do cérebro do que a qualquer teoria sobrenatural.

Um glitch do cérebro — e tudo bem

O déjà vu pode ser visto como um lembrete curioso de que o cérebro nem sempre funciona como esperamos. Às vezes, ele se antecipa, se confunde, reconstrói e até inventa memórias. Mas tudo isso faz parte do maravilhoso caos que é estar vivo e consciente.

Se esse texto te deu aquela sensação de já ter lido antes... calma, é só coincidência. Ou será que não?

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