Por Que Sentimos Coceira e Por Que Ela “Alivia” Quando Coçamos?

Descubra o que acontece no cérebro quando coçamos e por que até o psicológico pode causar esse incômodo reflexo do corpo.

CURIOSIDADES

Por Gabriel Ricardo

5/1/20252 min ler

Quem nunca sentiu uma coceira incontrolável e só conseguiu sossegar depois de dar aquela bela coçada? Esse comportamento é quase universal — e, apesar de parecer simples, envolve um processo complexo entre pele, nervos e cérebro. Neste texto, vamos entender por que sentimos coceira e por que coçar dá aquela sensação de alívio (pelo menos por um tempo).

O que é a coceira?

A coceira — ou prurido — é uma sensação causada por estímulos que ativam terminações nervosas na pele. Essas terminações enviam sinais ao cérebro por meio da medula espinhal, e o cérebro interpreta isso como uma vontade irresistível de coçar.

Ela pode ser causada por diversos fatores: picadas de inseto, alergias, pele seca, infecções, reações a medicamentos e até doenças mais sérias. Em muitos casos, é uma resposta natural do corpo para nos alertar de que algo está em contato com a pele e pode representar uma ameaça.

Por que coçar alivia?

Coçar ativa outras terminações nervosas, as responsáveis por detectar dor. Parece estranho, mas ao coçarmos, estamos criando um leve desconforto (ou dor) que compete com a sensação de coceira no cérebro. Como o cérebro não consegue prestar atenção em dois estímulos ao mesmo tempo com a mesma intensidade, ele reduz a percepção da coceira para focar no novo estímulo: a coçada.

Além disso, coçar libera substâncias químicas no cérebro como a serotonina, que geram uma sensação de alívio e prazer momentâneo — o que nos faz repetir o comportamento mesmo que ele não resolva a causa da coceira.

Coceiras sem causa aparente (e o papel do psicológico)

Às vezes, sentimos coceiras em situações de estresse, ansiedade ou até só de pensar em coceira — como ao ver alguém se coçando. Nesses casos, o fenômeno é chamado de coceira psicogênica. Não há um estímulo físico claro, mas o cérebro interpreta sinais internos (como tensão emocional ou ansiedade) como se fossem uma ameaça à pele, ativando a vontade de coçar. É como se o corpo estivesse respondendo a um desconforto emocional com um reflexo físico. Em casos persistentes, pode ser um sinal de distúrbios como ansiedade generalizada ou transtornos obsessivo-compulsivos, e merece atenção médica.

Quando a coceira vira um problema

Embora coçar traga alívio imediato, pode piorar a situação. Ao coçarmos demais, podemos machucar a pele, causar inflamações e até infecções. Algumas doenças de pele, como dermatite atópica ou psoríase, entram em um ciclo vicioso: a pele coça, a pessoa coça mais, a pele inflama e coça ainda mais.

Se a coceira for persistente, intensa ou vier acompanhada de outros sintomas (como feridas, vermelhidão ou febre), é importante procurar um médico dermatologista ou clínico geral.

Um reflexo natural, mas que merece atenção

A coceira é um daqueles mecanismos do corpo que mostram como estamos o tempo todo conectados com o ambiente e com nossas emoções. Sentir coceira é normal; coçar também. Mas quando se torna frequente ou sem causa evidente, vale investigar.

Se você achou essa explicação interessante, compartilhe com alguém! Entender melhor o nosso corpo é o primeiro passo para cuidar bem dele.