Brain Rot: O Que Está Acontecendo Com o Nosso Cérebro — E Como Se Libertar Disso
Você sente que sua atenção está cada vez menor? Descubra o que é “brain rot”, como ele afeta sua mente — e o que fazer para se livrar disso.
REDES SOCIAIS
Por Gabriel Ricardo
5/30/20253 min ler


Você já se pegou pulando de um vídeo de 30 segundos para outro, sem lembrar o que viu cinco minutos atrás? Já tentou ler um texto mais longo e perdeu a concentração logo no segundo parágrafo? Isso pode ser sinal de um fenômeno cada vez mais comum: o chamado brain rot, ou “apodrecimento cerebral”.
Embora o termo pareça exagerado ou até engraçado, o impacto é real — e sério.
O que é o “brain rot”?
A expressão nasceu entre jovens da internet para descrever aquela sensação de “mente derretendo” depois de consumir muito conteúdo digital repetitivo, como vídeos curtos, memes e scroll infinito (rolagem da tela) nas redes sociais.
Mesmo que não seja um termo médico, psicólogos e neurocientistas já reconhecem que o consumo exagerado de conteúdos rasos pode afetar diretamente a memória, a atenção e até a saúde mental.
Como isso afeta o nosso cérebro
Estudos recentes apontam que o uso constante de redes sociais e vídeos curtos pode:
Reduzir a capacidade de foco: o cérebro se acostuma a estímulos rápidos e perde o interesse por atividades mais lentas, como ler ou estudar.
Causar sobrecarga cognitiva: nosso cérebro processa milhares de estímulos por hora, o que pode levar à exaustão mental.
Diminuir a memória de trabalho: ao alternar entre diferentes estímulos o tempo todo, o cérebro tem dificuldade para armazenar e organizar informações.
Aumentar a ansiedade: a constante expectativa por recompensas rápidas (likes, notificações, vídeos engraçados) altera nosso sistema de dopamina e pode gerar dependência.
Sem julgamentos: por que as pessoas se sentem assim?
Antes de apontar dedos, é importante entender: ninguém escolhe se sentir mentalmente esgotado. As plataformas são projetadas para capturar nossa atenção, e é normal que a mente se adapte ao caminho mais fácil. Jovens e adolescentes, principalmente, cresceram nesse ambiente e não conhecem outra realidade.
Ou seja, o problema não é só individual — ele é coletivo, estrutural e tecnológico.
O que você pode fazer para “desintoxicar” seu cérebro
Aqui vão algumas práticas simples para quem quer recuperar o foco e a saúde mental no dia a dia:
Estabeleça limites para o uso de redes sociais
Use apps de controle de tempo ou defina horários fixos (ex: 30 minutos à noite).Crie zonas sem telas em casa
A mesa de jantar, o quarto e momentos em família devem ser preservados.Invista em atividades profundas
Ouça podcasts longos, leia livros ou assista documentários com atenção total.Adote o “só uma aba”
Tente manter apenas uma tarefa ou aba do navegador aberta por vez.Pratique meditação ou respiração consciente
Isso ajuda a treinar a atenção e desacelerar o pensamento.Volte a ter hobbies offline
Pintura, violão, jardinagem, leitura — qualquer atividade que exija concentração.
O que a sociedade pode fazer?
Além das ações individuais, também precisamos pensar em mudanças coletivas, como:
Educação digital nas escolas, ensinando crianças e jovens a lidar com excesso de estímulo e a cultivar o foco.
Campanhas públicas sobre saúde mental e consumo consciente, similares às feitas sobre cigarro ou alimentação.
Políticas de transparência de algoritmos, exigindo que plataformas expliquem como retêm a atenção dos usuários.
Ambientes de trabalho mais humanos, que não estimulem multitarefa excessiva e respeitem pausas mentais.
Curiosidade
Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que pessoas que alternam constantemente entre diferentes mídias (como vídeos, chats e redes sociais) têm mais dificuldade para filtrar informações irrelevantes e tendem a ser mais distraídas mesmo fora do ambiente digital. Ou seja: o efeito vai além da tela.
A mudança depende de você
O “brain rot” é um reflexo do nosso tempo: hiperconectado, acelerado e cheio de estímulos. Mas não é irreversível. Com pequenas mudanças de hábitos e uma nova consciência sobre como usamos o digital, é possível recuperar o foco, a calma e a profundidade de pensamento.
Você não precisa sair da internet. Só precisa reaprender a usá-la a seu favor.
Curtiu o conteúdo? Compartilhe com alguém que você se importe! Entender o brain rot é o primeiro passo para se libertar dele — e a mudança pode começar com uma simples decisão hoje.